O país do futebol!

O país do futebol!

Espanha é consagrada por suas revoluções e conquistas nas modalidades masculinas e femininas.

Por Victor Bhering - @victorbhering11

Jogadores da seleção espanhola comemorando o título da Eurocopa 2024 - Foto: JAVIER SORIANO/AFP via Getty Images.

Na tarde deste domingo (14), a Espanha vence a Inglaterra por 2 a 1 e conquista a Eurocopa 2024. O gol salvador do triunfo espanhol foi de Oyarzabal. Título serve como consolidação de que o país é referência no esporte em todo o planeta.

A seleção espanhola - ou 'La Roja', como é apelidado pelos torcedores - é um dos times mais influentes do futebol moderno, principalmente no século XXI, trazendo uma nova maneira de praticar o esporte em alto nível, principalmente na parte tática.


Revolução espanhola no futebol:

seleção espanhola desempenhou um papel fundamental na evolução tática do futebol no século XXI, especialmente durante o período de 2008 a 2012, quando conquistou duas Eurocopas (2008, 2012) e uma Copa do Mundo (2010). Esse sucesso foi amplamente atribuído ao estilo de jogo conhecido como "tiki-taka", caracterizado por posse de bola intensa, passes curtos e movimentação constante.


Jogadores comemorando a conquista da Eurocopa Masculina em 2008- Denis Doyle/Getty Images.

O tiki-taka, implementado por técnicos como Luis Aragonés e Vicente del Bosque, enfatizava a manutenção da posse de bola como forma de controle do jogo e desarticulação das defesas adversárias. Essa abordagem demandava alta habilidade técnica dos jogadores, bem como inteligência tática e paciência para esperar o momento certo para atacar. O meio-campo, com jogadores como Xavi Hernández, Andrés Iniesta e Sergio Busquets, tornou-se o coração desse estilo, sendo responsáveis pela orquestração do jogo com precisão e visão excepcionais.

A filosofia tática implementada pela La Furia teve um impacto profundo no desenvolvimento de jogadores, destacando a importância de habilidades técnicas e inteligência tática desde as categorias de base. O sucesso do estilo de jogo exigiu que os atletas fossem excepcionalmente habilidosos e taticamente astutos, além de serem emocionalmente maduros para enfrentar momentos desafiadores na vida.

Jogadores da seleção espanhola comemorando o título da Copa do Mundo Masculina - THOMAS COEX/AFP via Getty Images.

A era de ouro da seleção espanhola mostrou que a combinação de talento individual com uma filosofia de jogo bem definida pode levar ao sucesso duradouro. O legado dessa abordagem tática continua a ser visto em times que valorizam a posse de bola e o jogo coletivo. Entretanto, todos os ciclos acabam, e não foi diferente para os espanhóis.


Projeto de reformulação:

Após as conquistas da geração 2008-2012, ficou a sensação que uma reformulação de elenco era necessária após anos vitoriosos. Isso porque a seleção espanhola foi eliminada na fase de grupos da Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil.

Houve um reconhecimento de que o tiki-taka, embora bem-sucedido no passado, havia se tornado previsível e menos eficaz. Os adversários tinham aprendido a neutralizar esse estilo de jogo. Além disso, muitos jogadores que haviam sido pilares das conquistas anteriores estavam em declínio físico ou idade avançada, como Xavi, Iker Casillas e Fernando Torres. Portanto, uma revolução no futebol espanhol era necessária mais uma vez.

A partir de 2016, com a mudança de treinador, Julen Lopetegui assumiu, trazendo uma nova perspectiva e focando na juventude e renovação. Apesar de sua saída controversa pouco antes da Copa do Mundo de 2018 - onde foram eliminados pela anfitriã Rússia nas oitavas de final -, ele deixou uma base sólida para seu sucessor, Luis Enrique.


Luis Enrique durante Suíça e Espanha, pela Liga das Nações Europeias - Foto: Vedran Galijas/Eurasia Sport Images/Getty Images.


Com o ex-treinador do Barcelona no comando, a seleção passou a combinar experiência e juventude de forma mais equilibrada. Ele promoveu uma mentalidade mais agressiva e dinâmica, buscando um equilíbrio entre a solidez defensiva e a criatividade ofensiva.

Na Eurocopa 2020, realizada no ano seguinte devido à pandemia de Covid-19, a La Roja começou a voltar ao protagonismo do futebol europeu. Com a convocação de mais jogadores jovens, como Pedri, Gavi e Nico Willians, a equipe conseguiu chegar na semifinal daquela edição, perdendo para a campeã Itália nos pênaltis. Naquele mesmo ano, os espanhóis também chegaram a final da Liga das Nações Europeias, perdendo para a França por 2 a 1.


Jogadores espanhóis acompanhando a disputa de pênaltis contra a Itália - Frank Augstein - Pool/Getty Images.

No mundial de 2022, realizada no Catar, foi a última competição da Roja no comando de Luis Enrique. Tendo uma performance mediana na fase de grupos, a equipe, cada vez mais jovem e equilibrada, acabou caindo novamente nas oitavas de final, contra a carismática seleção marroquina. Depois da saída de Enrique, Luis de La Fuente, que era treinador da seleção de base, foi escolhido para comandar a equipe profissional.


Luis de la Fuente durante a partida contra a França, em partida válida pela semifinal da Euro 2024 - Grzegorz Wajda/SOPA Images/LightRocket via Getty Images.

No ano de 2024, a seleção espanhola entrava na Eurocopa como uma das favoritas, mas ainda com receios dos analistas na questão do poder de protagonismo do plantel, principalmente na questão da convocatória de jovens atletas para a equipe titular. Apesar da desconfiança, os garotos fizeram uma campanha brilhante com a La Roja.


Jogadores espanhóis comemorando com a torcida após classificaçãopara a final da Eurocopa - Foto: Bagu Blanco / Pressinphoto / Icon Sport via Getty Images.


Com direito a 100% de aproveitamento na fase de grupos da competição, os comandados de Luis de La Fuente passaram da carismática Geórgia, por 4 a 1, e venceu a anfitriã Alemanha na prorrogação. Na semifinal, Lamine Yamal, joia de 17 anos do Barcelona, foi protagonista da virada espanhola sobre a poderosa seleção francesa. 2 a 1 em Munique.


Lamine Yamal comemorando gol contra a França - Foto: Bagu Blanco / Pressinphoto / Icon Sport via Getty Images.


A grande final, em Berlin, seria contra a fortíssima equipe da Inglaterra, que vinha tendo uma boa performance até agora. 

Apesar de não ter feito um bom primeiro tempo, nos pés de Nico Williams, os espanhóis abriram o placar logo no início da segunda etapa. Entretanto, Cole Palmer empatou a partida pouco tempo depois.

A partida estava sendo direcionada para a disputa da prorrogação, mas o herói improvável Mikel Oyarzabal marca o gol do quarto título da Espanha na história das Eurocopas.


Oyarzabal comemorando o segundo gol da Espanha contra a Inglaterra - Foto: Richard Pelham/Getty Images.


Futebol Feminino

Além da modalidade masculina, a 'La Roja' é considerada, de longe, a melhor seleção do futebol feminino. Atuais campeãs do mundial da categoria, o país é referência mundial na questão de diversidade e qualidade das mulheres no esporte.

Ademais, o melhor time feminino do planeta atua no território espanhol. O Barcelona oferece uma estrutura de primeira linha para as jogadoras dos times de base e profissional, sendo referência para todas as equipes europeias na questão de oferecer apoio e qualidade pra prática esportiva. 

Falando em apoio, os catalães estão cada vez mais engajados com a modalidade, sempre lotando a arquibancada em jogos do Barça. Aliás, as blaugranas chegaram na incrível marca de 91.648 torcedores em uma partida no Camp Nou, estádio do clube que atualmente passa por reformas. Tal feito foi realizado no ano de 2021, contra o Wolfsburg, em partida válida pelas semifinais da Champios League da categoria.

Com um estilo de futebol de encher os olhos dos espectadores, a junção Barça-Espanha foi fundamental para as conquistas da seleção nacional, conquistando títulos na base - Copa do Mundo Feminina Sub-17 em 2018 e a Sub-20 em 2022 - até o título mundial profissional de 2023, realizada na Austrália e na Nova Zelândia.

Jogadoras da seleção espanhola comemorando o título da Copa do Mundo Feminina - Foto: Marc Atkins/Getty Images.


É pelos motivos citados em todo este texto que a Espanha é a melhor seleção de futebol do século XXI.


Sobre o autor:

Olá! Me chamo Victor Bhering, tenho 18 anos, e atualmente cursando o primeiro semestre de Jornalismo na UAM. Meu objetivo com este blog é treinar os fundamentos técnicos da profissão, além de poder expor minha opinião em alguns artigos, mas sempre com imparcialidade, como o ofício exige.

Agradeço do fundo do coração caso você tenha lido até o final! Abraços! :)

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